Resumo: Este trabalho buscou analisar a capacidade regenerativa de sementes de Eugenia involucrata como possível estratégia de garantir a produção de novas plântulas quando atravessam período com déficit hídrico. Simularam-se condições de déficit hídrico progressivas em tempo (até 60 dias para sementes e 270 dias para plântulas) e intensidade (até -5 MPa para sementes e -10 MPa para plântulas) e se analisou a regeneração de plântulas. Os resultados demonstraram a sobrevivência das sementes mesmo na condição mais extrema (-5 MPa por 60 dias) e de alguns tecidos da plântula (-5 MPa por 270 dias). Também se verificou a continuação do desenvolvimento de raízes e plântulas a partir de tecido aparentemente necrosado em sua superfície, evidenciando que, sob situação de estresse hídrico, quando necessário, essas sementes utilizam seu mecanismo de formação de novas raízes e plântulas para garantir a sobrevivência da espécie.

Abstract: The aim of this study was to analyze the regenerative capacity of Eugenia involucrata seeds as a possible strategy to ensure the production of new seedlings when they are going through a period of water deficit. Progressive water deficit conditions over time (up to 60 days for seeds and 270 days for seedlings) and in intensity (up to -5 MPa for seeds and -10 MPa for seedlings) were simulated, and seedling regeneration was analyzed. The results showed that these seeds can survive even under the most extreme conditions (-5 MPa for 60 days) and some seedling tissues as well (-5 MPa for 270 days). Furthermore, roots and seedlings continued to develop from apparently necrotic tissue on the seed surface, showing that, when necessary, these seeds use their mechanism of formation of new roots and seedlings to ensure species survival under water stress conditions.

Resumo: Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a tolerância ao déficit hídrico de sementes de Eugenia brasiliensis Lam., E. involucrata DC, E. pyriformis Camb. e E. uniflora L. (Myrtaceae). As sementes foram colocadas para germinar em soluções de polietilenoglicol 6000 com diferentes potenciais osmóticos (0,0, -0,5, -1,0, -1,5, -2,0, -3,0, -4,0 e -5,0 MPa). Elas também foram postas em bandejas contendo areia como substrato, com reposição de água em diferentes períodos, por até 34 dias. Também foi avaliada a capacidade das sementes passarem por déficits hídricos e germinarem quando houvesse disponibilidade hídrica. Em geral, as sementes de Eugenia spp. foram capazes de germinar em até -1,5 MPa. Em potenciais hídricos menores que 0,0 MPa, houve atraso no início da germinação e maior distribuição ao longo do tempo. Nas bandejas, a restrição hídrica de até 16 dias ainda permitiu o desenvolvimento de plântulas normais. Sementes de Eugenia spp. mostraram-se muito tolerantes aos déficits hídricos, tanto em relação à intensidade quanto à duração, assim garantindo o desenvolvimento das plântulas e a propagação das espécies.

Abstract: This work aims at evaluating the tolerance of seeds of Eugenia brasiliensis Lam., E. involucrata DC., E. pyriformis Camb., and E. uniflora L. (Myrtaceae) to water deficit. Germination was carried out in polyethylene glycol 6000 solutions, at different osmotic potentials (0.0, -0.5, -1.0, -1.5, -2.0, -3.0, -4.0, and -5.0 MPa). The seeds were also placed in trays containing sand as substrate, and the water was replenished at different times, for up to 34 days. Seeds were evaluated as for their ability to undergoing a deficit period, and of germinating when water was made available again. In general, Eugenia spp. seeds were able to germinate at up to -1.5 MPa. In water potentials lower than 0.0 MPa, the beginning of germination experienced a delay, and it became better distributed throughout time. In the trays, the water restriction for up to 16 days did not limit normal seedling development. Seeds of Eugenia spp. were considerably tolerant to water deficit, as for both intensity and duration, which guarantees the development of seedlings and the propagation of the species.